A tradução do COVID-19 para a língua de sinais espanhola
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O ano 2020 será lembrado como o ano em que um novo coronavírus fez o mundo vacilar. Os sistemas de saúde em todos os países se deparam com a COVID-19, uma doença para a qual não temos recursos suficientes. A implementação bem-sucedida de medidas preventivas pela sociedade é essencial para evitar sua propagação. Entretanto, as informações fornecidas pelos governos não são acessíveis a todos os cidadãos e os surdos têm dificuldade de não estar em língua de sinais, o que tem sérias consequências para sua saúde e a de todos os demais. O presente documento analisa as técnicas de tradução aplicadas para traduzir termos sobre a COVID-19 para a língua de sinais espanhola (LSE). Através da compilação de um corpus paralelo de vídeo em LSE e espanhol com legendas, e tomando como referência a proposta de técnicas de tradução de Hurtado (2001), identificamos os procedimentos utilizados por um tradutor surdo para conseguir estas equivalências. Os resultados revelam que o empréstimo, seja da língua oral (através do alfabeto dactilológico) ou de outras línguas de sinais (com o sinal generalizado para coronavírus), é o principal recurso para lidar com os neologismos que surgiram. Além disso, foi encontrado o uso de diferentes técnicas para a mesma palavra, mesmo quando existe um equivalente nos dicionários do LSE. Entre todos eles, a generalização se destaca como um procedimento para tornar os textos mais compreensíveis na cultura alvo, o que indica a importância do conhecimento cultural e social no tradutor. Tudo isso demonstra a funcionalidade das técnicas de tradução e a adaptação que delas é feita levando em conta o (con)texto, bem como a natureza dinâmica dos equivalentes. Esta pesquisa exploratória permite aprofundar estes procedimentos de tradução a fim de tornar estas informações mais acessíveis à comunidade surda e lutar juntos contra a COVID-19.