Omissões na interpretação simultânea de conferência: língua portuguesa - língua brasileira de sinais
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Nesta dissertação, apresentamos uma pesquisa exploratória com o objetivo de refletir sobre as omissões de informações que são produzidas na Língua Fonte (LF) e não são interpretadas para a Língua Alvo (LA), um fenômeno recorrente na Interpretação Simultânea (IS), ocasionado por demandas que influenciam os Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (ILS) profissionais durante o evento interpretativo no contexto de conferência. Para isso, selecionamos recortes de IS realizadas durante um congresso cientifico que totalizaram 45 minutos. A partir disso, analisamos aproximadamente 4 horas e 30 minutos de filmagens de entrevistas retrospectivas com os ILS, identificando as demandas que os influenciaram a realizar as omissões. Posteriormente, com o auxílio da análise temática com base em Braun e Clarke (2006), pudemos analisar os dados obtidos. O referencial que trazemos para a discussão inclui os seguintes autores: Henri C. Barik (1973, 1975), Dennis Cokely (1986) e Daniel Gile (1999), que analisam as omissões como erros, e ainda Anthony Pym (2008), Jemina Napier (2001, 2002 e 2004), Anita Holm Thomsen Luciano (2005) e Pawel Korpal (2012), que as tratam como uma possibilidade estratégica usada pelo profissional durante o ato interpretativo. A análise dos dados nos mostra que as omissões são ocasionadas por demandas durante o processo interpretativo e que, em muitos casos, fogem do controle do ILS, evidenciando assim a importância deste tema ser trabalhado na formação dos profissionais, para que tenham consciência das omissões que são intrínsecas à interpretação. Concluímos ainda que os Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa (Libras/LP) atuam com a sua capacidade de processamento máxima e que o surgimento de qualquer demanda que exija maior capacidade de processamento disponível do profissional poderá afetar o processo interpretativo, desencadeando falhas nas decisões do intérprete, corroborando com a teoria da "Corda Bamba" proposta por Daniel Gile (1999).