Revertendo os verbos reversos e seguindo em frente: sobre concordância, auxiliares e classes verbais em línguas de sinais
Temas
Detalles
A classificação tripartite padrão dos verbos das línguas de sinais (Padden 1983/1988) baseia-se na suposição que a concordância exibida por verbos espaciais e por verbos de concordância é de um tipo diferente: en quanto os primeiros exibem concordância locativa (ou seja, com os loci associados a argumentos locativos), os últimos concordam morfologicamente com argumentos sujeito e objeto (ou seja, com os loci ligados aos seus referentes). Entretanto, os predicados espaciais que expressam movimento e os verbos de concordância recorrem ao mesmo tipo de elemento morfológico para realizar o suposto tipo diferente de concordância: TRAJETÓRIA (PATH) (Meir 1998; DIR in Meir 2002). A contribuição semântica desse morfema nas duas classes seria essencialmente a mesma: em verbos espaciais, as posições (slots) iniciais e finais de TRAJETÓRIA estão alinhadas com as localizações e, em verbos de concordância, estão alinhadas com os loci de sujeito e objeto. Visto que os verbos de concordância parecem denotar transferência de um tema ou em um sentido literal ou abstrato, estabelecese a generalização semântica que os espaços do morfema direcional de TRAJETÓRIA podem ser ocupados por papéis temáticos fonte e alvo em ambas as classes de predicados (Fischer & Gough 1975). Para verbos espaciais, isso é relativamente direto; para verbos de concordância, fonte e alvo são restritos a [+humano], podendo, assim ser renomeados como agente e benefactivo, respectivamente.
En: Questões Teóricas das Pesquisas em Línguas de Sinais: 9th Theoretical Issues in Sign Language Research Conference (2006) pp. 65-70